
AÇÃO DO MOVIMENTO REGENERATIVO
TEMPO DE PLANTAR JÁ TEVE RESULTADOS
Reverter o desmatamento até 2030. Este foi um dos principais acordos entre os representantes das 195 nações presentes na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) realizada, em Glasgow, na Escócia, em novembro do ano passado. Mas, há um grupo que não está esperando pelas ações governamentais e está agindo desde 2019. É o Movimento Regenerativo Tempo de Plantar, que começou em Brasília e se espalhou pelo Brasil, e outros lugares do mundo. Diferente de outros movimentos que gastam bilhões em campanha de publicidade, de marketing verde, este movimento ecológico é focado na ação de mobilizar as pessoas todos os anos a viverem uma experiência de cultivar e depois plantar uma muda de árvore. O movimento chama atenção que quase todas as experiências dos humanos ao longo de um único ano de vida são só de consumir a Mãe Terra. E o movimento quer reverter isso. A meta do movimento é ambiciosa: , plantar um milhão de árvores todos os anos, no período das chuvas. Para isso, estimula as pessoas a se voluntariarem num Comitê de Plantio de Árvores e a viverem a jornada de sonhar, planejar, realizar e celebrar uma ação regenerativa de plantio de árvores em sua cidade, no seu bairro ou no seu condomínio, doando o seu tempo, seus recursos próprios e buscando as parcerias.
Em Petrópolis esta ação aconteceu em dezembro e foi incentivada por moradores do Vale das Videiras, através do grupo Videiras em Transição que conseguiu reunir voluntários e também associações, que plantaram 842 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica nos bairros Vale das Videiras, Araras, Posse e Brejal. O IPG (Instituto Philippe Guédon), associação sem fins lucrativos, que tem como um dos objetivos estimular a participação popular e a mobilização social, esteve presente e foi representado pela diretora Maria Melo, que plantou uma muda de Paineira, no Vale das Videiras. Para Maria “Foi um dia especial de contato com a natureza e educativo para todas as faixas etárias e também de confraternização com um delicioso café da manhã”. E já tem bons resultados. No Vale das Videiras 291 mudas vingaram.
Política Nacional de Resíduos Sólidos é destaque nas Redes do IPG
Vamos falar de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)? Este tema faz parte das discussões do GT 05, Meio Ambiente, do PEP 20 Planejamento Estratégico para Petrópolis – Construindo a Petrópolis que Queremos. A PNRS existe desde 2010 mas até agora não foi cumprida em sua totalidade na maioria dos municípios, incluindo Petrópolis. Acontecem apenas algumas ações pontuais de coleta e triagem de materiais recicláveis no Município. Segundo Ramiro Farjalla, advogado e mestre em Educação Ambiental, isto ocorre ,entre outros fatores por, “falta de cultura ambientalmente sustentável, que envolve política de participação social. A lei leva a educação ambiental para a gestão participativa. Porém, precisa-se de políticas públicas de implementação nesse sentido”,enfatiza. A PRNS prevê a inclusão dos catadores de materiais recicláveis em todo o processo de reciclagem, o que também não acontece. Ramiro acredita que para reverter esta situação é preciso políticas públicas de incentivo fiscal e linhas de crédito que facilitem o empreendimento para a logística reversa”. Motivar a população é outro desafio. No IPG está sendo realizado um trabalho no GT05 sobre propostas ligadas à gestão de resíduos. Ramiro explica que a motivação “Começa pela capacitação dos servidores públicos municipais de Petrópolis. Precisa-se levar informação sobre a própria lei da PNRS. A Educação deve ser a chave para a implementação da lei. É uma mudança de cultura e modo de produção e consumo”. Em relação à reciclagem, Ramiro entende que é uma questão logística. ‘Precisa-se de planejamento, vontade política. Petrópolis está perdendo oportunidades econômicas sem a implantação da lei, sobretudo uma lei municipal para atrair investimentos. A sustentabilidade ambiental está se tornando oportunidade de empreendedorismo que envolve emprego e renda”. Então, o IPG quer saber: como a população pode colaborar para que esta política seja implementada em Petrópolis? Para compreender melhor sobre este assunto leia o artigo de Ramiro Farjalla em destaque aqui LinkedIn e deixe aqui seus comentários. Clique no link para ler o artigo https://lnkd.in/dbYGZvBXj
IPG DESTACA A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE PETRÓPOLIS
IPG DESTACA A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE PETRÓPOLIS O IPG (Instituto Philippe Guédon) acredita que o turismo é fundamental para a geração de emprego e renda em Petrópolis. Por isso, recebeu com satisfação a notícia de que a Prefeitura já está se reunindo com representantes do setor para promover avanços nesta área. No documento PEP 20 (Planejamento Estratégico para Petrópolis – Construindo a Petrópolis que Queremos) o turismo é destaque no GT 04,grupo de trabalho sobre desenvolvimento econômico que fez o diagnóstico sobre as potencialidades do Município e o turismo foi apontado como uma das principais vocações econômicas. O GT sugeriu diversas ações para impulsionar essa atividade, como por exemplo, promover o destino Petrópolis em grandes cidades e nos Estados que tenham feriados sem a coincidência dos nacionais. Também cita no documento o incentivo do poder público aos profissionais da área e a recuperação de pontos turísticos, como já está ocorrendo no Bosque do Imperador. Para o IPG é importante saber que algumas propostas do PEP estão se concretizando e que outras poderão ser implementadas. O PEP foi entregue,em 2020, a todos os candidatos a Prefeito e está disponível no site www.dadosmunicipais.org.br. Mais informações sobre o IPG em nossas redes sociais ou através do e-mail ipgpar@gmail.com.
Entrevista com o Mestre e Doutor em Geologia, Cleveland Jones, sobre as margens dos rios em Petrópolis
IPG – O tipo de solo em Petrópolis facilita problemas como este da foto?
CJ – O problema das margens erodidas dos rios em Petrópolis é antigo. Boa parte do problema é cultural, já que as pessoas se acostumaram a pensar que margens sem vegetação abundante são mais “bonitas.” Uma visão mais esclarecida, no entanto, leva as pessoas a desejar que as margens estejam cobertas com vegetação mais abundante, como arbustos e árvores.Sem essa visão, e para atender aos anseios dos que não tem essa visão, a Comdep realiza ações e intervenções totalmente equivocadas, inclusive retirando a vegetação arbustiva e arbórea existente, e plantando ou colocando placas de grama.A integridade das margens dos rios é assegurada pela vegetação com raízes mais profundas, enquanto margens só com grama não se sustentam, especialmente em taludes íngremes ou na ausência de vegetação arbustiva ou arbórea. Apesar da grama ajudar a impedir a erosão superficial, quando há chuvas fortes ou inundações, ela é incapaz de evitar a erosão, e até mesmo o desmoronamento das margens dos rios. O solo das margens é geralmente pouco consolidado, e é mais facilmente desagregado, erodido e carreado por chuvas fortes e enchentes. Essa erosão e desmoronamento das margens resulta em grande aporte de sedimentos para os rios, o que gera assoreamento.
IPG – Os rios da cidade estão sempre com problemas de assoreamento e de vez em quando é feita uma limpeza e o rio volta a ficar assoreado e temos as enchentes. Qual a melhor técnica para diminuir esse problema?
CJ – É importante desmistificar o assoreamento como o grande problema no imaginário das pessoas, pois o próprio rio se encarrega de desassorear as partes com excesso de sedimentos, quando volta a encher. Infelizmente, se as margens continuam erodindo e desmoronando, não há como impedir o assoreamento e acúmulo de sedimentos no leito dos rios. Daí a importância de resolver a origem do problema – cuidar das margens.
IPG – Quais seriam as alternativas mais seguras e sustentáveis?CJ – É muito conveniente para as empreiteiras (e para a administração pública) fazer serviços de desassoreamento, que estragam ainda mais as margens, pela movimentação de grandes máquinas, e não resolve o problema fundamental. Adicionalmente, é um serviço de difícil medição, pois não há controle efetivo de quantas carretas de sedimentos são efetivamente retiradas, e a contratação está facilmente sujeita a manipulação, superfaturamento e desvios.Seria interessante que os próprios moradores que, por falta de entendimento da dinâmica natural dos rios, solicitam o desassoreamento, solicitassem mais cuidados assim como o plantio de espécies arburstivas e arbóreas, que embelezariam o ambiente inclusive com flores, e forneceriam condições que beneficiariam os pássaros e a fauna local, além de ajudar a combater a erosão e desmoronamento das margens dos rios.