“O QUE É SER CIDADÃO?”

SAIBA COMO FOI A RODA DE LEITURA DO IPG

As dificuldades dos cidadãos para exercerem seus direitos, políticas públicas e o papel do Terceiro Setor na sociedade foram alguns assuntos abordados na Roda de Leitura, realizada pelo IPG (Instituto Philippe Guédon), na quinta-feira (01/06) na livraria Nobel. Com o tema, “O que é ser cidadão?’, as discussões começaram a partir do livro de Philippe Guédon, “Um olhar cidadão sobre a Democracia Brasileira”.  Segundo Cleveland Jones, Presidente do IPG, junto com o Vice-Presidente do IPG, Ramiro Farjalla, um dos facilitadores do evento, “o livro é apenas um pretexto para discutir questões tão importante nos dias atuais”.

A importância de conhecer a Constituição Brasileira foi outro ponto abordado. Todos concordaram que muitas vezes o que as pessoas sabem veio a partir da opinião de outros. Por isso, Ramiro destacou a importância do livro de Guédon sobre a Constituição, pois “foi uma análise feita por um cidadão, não foi baseada em ideologias políticas, e sim na experiência deste cidadão”.

Durante a Roda foi comentado que o exercício da cidadania pode começar com uma simples reclamação do morador sobre uma determinada situação que ele saiba que não está correta. E como lembrou Ramiro “a primeira experiência política que temos é em nossa cidade, então é natural que a percepção das pessoas comece desse ponto de partida”. Portanto, os participantes demonstraram preocupação com a dificuldade de fazer com que essas demandas cheguem às autoridades e sejam solucionadas.

O difícil acesso às políticas públicas básicas, seja por falta de informação, manipulação política ou mesmo precariedade financeira, também foi citado com um obstáculo para o indivíduo se sentir como parte de uma sociedade democrática. “As portas para o acesso às políticas públicas às vezes parecem pequenas para o cidadão acessá-las e é aí que entra a importância das associações do Terceiro Setor, como o IPG, que é contribuir, melhorar, onde o Estado não chega”, destacou Cleveland Jones.

A conclusão desta Roda de Leitura foi que a sociedade civil tem que se reunir para encontrar as soluções e para que esta união possa dar certo é preciso participação e planejamento.

INOVAÇÃO DIGITAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL: TEMAS DA APRESENTAÇÃO DO VICE-PRESIDENTE DO IPG NA LIVRARIA NOBEL

A segunda roda de conversa da Livraria Nobel, realizada dia 18 de maio pela empresa CTRL+Café, teve como destaque o vice-presidente do IPG (Instituto Philippe Guédon),Ramiro Farjalla. Advogado, especialista em Direito Ambiental e Mestre em Educação Ambiental pela UCP (Universidade Católica de Petrópolis), Ramiro baseou sua apresentação sobre sustentabilidade e inovação, na literatura de Yuval Noah Harari, em suas obras Sapiens, Homo Deus e 21 Lições para o Século 21.

De acordo com Ramiro, o autor destaca a capacidade do ser humano de criar
ferramentas para mudar a realidade no ambiente onde vive e fazer história, o que,
logicamente gerou impactos ambientais prejudiciais ao meio ambiente e a sociedade,tendo a pandemia como ápice. Ramiro explica que “para enfrentar os problemas contemporâneos, seja nas dimensões econômica, social e política, a humanidade vem criando nos últimos anos ferramentas nas áreas da legislação, educação e política para chegar à solução”. Entre as soluções Ramiro enfatiza a mobilização social, a gestão
participativa e o planejamento estratégico e acredita que por isso o “IPG é inovação,
porque o nosso PEP20 (Planejamento Estratégico para Petrópolis ) é exemplo de
inovação social em que o instituto engaja a sociedade civil organizada para a construção de Petrópolis nos próximos 20 anos, no sentido de se tornar um município próspero e sustentável, onde oportunidade de trabalho, empreendedorismo e qualidade de vida são entrelaçados”.

Ramiro acredita que as rodas de leitura e de conversa são espaços importantes para desenvolver a cultura e a consciência da cidadania participativa, “tanto que a obra póstuma de Philippe Guédon foi citada no evento, como uma lição de cidadania, além do direito de votar e ser votado, onde cidadão precisa fazer parte do processo decisório da cidade onde vive. Os tempos atuais urgem da cultura participativa”. Por isso, segundo
o advogado, o IPG continuará estimulando a organização desses eventos e que o
próximo, também na Livraria Nobel, será realizado em breve e a data será divulgada
nas Redes Sociais do IPG.

Também estiveram presentes na roda de conversa, Cleveland Jones, Presidente do
IPG, e Gustavo Costa, Coordenador do Projeto “Ecossistemas de Inovações Sociais”, que está sendo desenvolvido pelo IPG.
Para conhecer melhor o PEP 20 acesse o link

“A bandeira do mestre Guédon está mais atual com o passar do
tempo”. Da esquerda para a direita (Ramiro Farjalla, Gustavo Costa e Cleveland)

Racismo ambiental: entrevista com a gestora ambIental pamela mercia

As consequências das mudanças climáticas têm sido bastante debatidas.
Porém, um tema que está relacionado e que não é muito comentado é o racismo
ambiental, um termo utilizado para se referir ao processo de discriminação que
populações periferizadas ou compostas de minorias étnicas sofrem através da
degradação ambiental. *

Recentemente este tema se destacou em Petrópolis por causa de um abaixo-assinado realizado pela Gestora Ambiental, Pamela Mércia, para combater o racismo ambiental em Petrópolis.

Para entender melhor como isto acontece na prática, o IPG conversou com
Pamela. Atuante nas causas socioambientais é Presidente da ONG “Todos
juntos, ninguém sozinho”. Trabalha há sete anos como consultora e educadora
ambiental e começou o trabalho social em 2020 quando fundou a ONG, com o
objetivo de dar assistência emergencial para famílias em vulnerabilidade por
conta da pandemia. O que fez com que se aproximasse mais das questões
sociais e encaixou com o trabalho na área ambiental. Assim a ONG passou a
lidar com questões socioambientais.

O assunto racismo ambiental ficou muito mais forte para Pamela por conta das tragédias ocorridas em Petrópolis, em 2022, quando a família dela foi duramente afetada pelas chuvas de março, sua mãe e irmã perderam a casa, e a ONG de Pamela também foi interditada. Para ela “Foi
muito difícil ter que lidar já com um trabalho que desenvolvia na ONG, atendendo
as famílias que perderam suas casas e familiares em fevereiro, e ao mesmo
tempo ter que lidar de forma muito mais próxima, vendo a casa em que cresci
ser interditada”. explicou. Pamela ressaltou que naquele momento viu como o
racismo ambiental a afetou diretamente e assim “por ser uma pessoa preta e
militar pela justiça social, nada mais lógico e importante que lutar pelo racismo
ambiental”. Além do abaixo-assinado, Pamela também tem participado de
eventos que promovem ações para a sensibilização sobre o racismo ambiental.

Vamos conferir a entrevista.?


IPG– Em Petrópolis quais as áreas onde o racismo ambiental é mais
visível?


PM – Em todas as comunidades onde residem a maioria de pessoas pretas e
pobres, é onde temos o racismo ambiental. E por que essas áreas? São
localidades mais distantes do Centro, onde as pessoas têm mais dificuldades de
acessar escola, hospital, onde não há os serviços básicos ou é precário. Aí
tem o racismo ambiental. O racismo ambiental não está só atrelado a eventos
extremos, dias de chuva e locais onde ocorrem desabamentos. É um problema
contínuo, diário. Quem reside nas comunidades sofre com isso. Se você entrar
numa comunidade vai ver grandes lixeiras cheias de lixo, porque não comportam
a quantidade de lixo que aquela comunidade gera. E se ainda tem um déficit na
coleta, a situação é muito pior. E essa precarização de serviços afeta a saúde,
porque há proliferação de vetores (ratos, baratas, mosquitos, moscas, insetos)
que pode gerar doenças. Você não vê isso em locais de casas bem estruturadas,
visivelmente com poder aquisitivo melhor e onde a maioria são brancos.


IPG – Como a cidade foi inicialmente colonizada por europeus, acredita que
isso pode dificultar a compreensão de que esta situação também ocorre
em Petrópolis? Se concorda, como você acha que é possível sensibilizar a
população petropolitana sobre o racismo ambiental?


PM – Petrópolis, na verdade, era um espaço de veraneio. Valério Winter,
geógrafo de Petrópolis, conta no livro “Petrópolis e Meio Ambiente”, que a
formação de Petrópolis vem das pessoas muitos ricas que vinham com D.Pedro
passar férias e quando se instalaram as fábricas de tecido, vem a mão de obra,
que são as pessoas mais pobres e começam a se instalar próximo às fabricas
em locais que não são seguros. Moramos numa cidade conservadora onde
pessoas brancas ocupam a maior parte do poder. Então é muito complicado
sensibilizar porque as pessoas brancas não passam por isso, elas nunca vão
entender o que é isso. Aí estamos falando de vários contextos, não só de racismo
ambiental, mas também racismo institucional, racismo estrutural que tem que ser
quebrado por uma visão de quem comanda Petrópolis, que são pessoas
brancas. Precisamos sensibilizar sempre, explorando canais de informação,
apoiando pessoas que abordam esse tema, não só eu, como outros, e abrindo
espaços como esse (referindo-se a essa entrevista). Porque precisamos expor
esse problema de quem é afetado, as pessoas pretas. Mas quem precisa dar
espaço são pessoas brancas.


IPG– Quais políticas públicas relacionadas ao racismo ambiental você
sugere para Petrópolis?


PM – Petrópolis precisa de políticas públicas para melhoria da habitação,
precisamos que essas pessoas tenham locais apropriados para habitar, já que
os locais que elas residem não são adequados. Sobretudo precisamos de
pessoas pretas ocupando lugares de poder, porque são pessoas pretas que vão
poder tomar decisões. Pessoas brancas não passam por isso. Não vão notar
esse problema e, se notarem, não vão notar urgência. O resultado disso é o que
vemos em Petrópolis, não temos pessoas pretas no poder, logo cada ano que
passa mais pessoas são atingidas. Mais pessoas morrem, mais pessoas ficam
desabrigadas e mais pessoas passam por esse problema, ficam completamente
desesperadas a cada chuva que chega, a cada verão. Então, precisamos de
pessoas pretas ocupando esses espaços para fazer políticas públicas.


IPG – Poderia falar um pouco sobre o mito de que as mudanças climáticas
atingem a todos por igual? Essa é uma das dificuldades que muitas
pessoas têm em compreender este conceito de racismo ambiental.


PM – Estamos vivendo uma crise climática global, onde o mundo inteiro está
sendo atingido. Alguns países poluem mais, que são os mais ricos, Estados
Unidos e China. E há países que são completamente devastados por catástrofes,
tsunamis, inundações terremotos e que não possuem estrutura alguma por
serem países muito pobres e poluem muito pouco. Então, sim, as mudanças
climáticas não afetam de forma igual. Aqui no Brasil, a gente vê mais mudanças
climáticas e percebe-se o ônus e o bônus. Se alguém está recebendo o bônus,
alguém tem que estar recebendo o ônus. Vimos isso em Mariana (MG). Quem
se beneficia com o trabalho de grandes mineradoras? Pessoas muito ricas. E
quem leva o ônus disso? Pessoas muito pobres, que residem perto desses
grandes empreendimentos, instalados em lugares mais distantes. São pessoas
pobres racializadas, como povos originários, quilombolas e pessoas pretas.
Então, se essas pessoas que tem menos acesso, menos recursos, menos voz,
menos visibilidade, elas é que serão mais afetadas. Com as mudanças
climáticas, o nível de precipitação vai aumentar, isso é algo que já mudou no
clima, as chuvas não serão como antes, serão mais intensas, mais fortes. Por
causa da grande quantidade de gases do efeito estufa, o aquecimento do planeta
subiu. Um planeta mais quente faz com que a evaporação da água seja mais
rápida e a precipitação também ocorrera mais rápido e será mais intensa. Só
que as cidades não estão preparadas. Um exemplo é aqui em Petrópolis. Em
2022, fevereiro e março, o Centro foi atingido, área nobre, e os bairros também.
E para quebrar esse mito de que as pessoas são atingidas de forma igual, é só
andar pelo Centro e ver que já está estruturado e as comunidades não estão. As
comunidades ainda possuem cicatrizes fortes das chuvas. Muitas não se
reergueram, algumas estão se levantando agora e quem mora lá nas
comunidades também, passando por diversos problemas, de instalação, de
adaptação e psicológicos. Isso é nítido.


Gostou da entrevista? Deixe aqui seu comentário.

Para acessar o abaixo-assinado de Pamela para combater o racismo ambiental,
clique aqui.


*Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/racismo-ambiental-e-uma-realidade-que-atinge-populacoes-vulnerabilizadas

IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE EM PETRÓPOLIS

Quando pensamos em políticas públicas quase sempre nos lembramos de ações relacionadas à saúde, à educação e à economia. Raramente o esporte é citado de imediato. Mas ter uma política pública voltada para este setor também é importante para a sociedade.

Para entender melhor como devem ser essas políticas e como elas beneficiam a população, o IPG conversou com o Profissional de Educação Física Renato Farjalla, que possui mais de trinta anos de experiência nesta área. Formado pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), em 1989. Renato é Mestre em Inovação Institucional em Educação Física Esportes e Lazer, pela Universidade Gama Filho, e Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade Trás os Montes e Alto Douro, Portugal. Renato também já atuou como pesquisar responsável pelo Laboratório de Atividades Físicas, Esportes e Lazer na Unesa, entre 2005 e 2018, e atua nos Conselhos Municipais do Idoso e do Esporte.

Sempre envolvido em estudos e projetos sobre políticas públicas para o Esporte em Petrópolis, Renato é autor de estudos sobre perfil de usuários, impacto de programas públicos e privados na saúde, educação, turismo, mobilidade da cidade de Petrópolis.

De acordo com Renato, uma prova da importância de implementar políticas para o esporte é que “cada unidade de real investida em política pública de esporte e lazer, chega-se a economizar mais de quatro reais na área de saúde”.  

Quer saber mais?

Confira a entrevista.

IPG: Qual a importância das políticas públicas para o esporte no cotidiano da população?

RF: As Políticas Públicas são um modo de atuação e gestão da administração, que o governo imprime durante ciclos de governança, seu ciclo político. Existem as políticas públicas de governo e as de Estado, dentro da área do esporte. O cotidiano da população é tremendamente interferido, sofre interferências dessas políticas que são voltadas ao atendimento das necessidades da população. As políticas públicas são o Estado em Ação, o Município em Ação”.

IPG – Quais os reais benefícios para a saúde?

RF: Se sabe muito que o exercício é a medicina preventiva mais eficiente e barata que se tem conhecimento científico a respeito disso. Então, os benefícios à saúde são inúmeros porque as doenças crônicas não transmissíveis, por exemplo, como a obesidade, vêm do sedentarismo e do acúmulo de energia, ou seja, de comida. Todas as doenças cardiorrespiratórias, hipertensivas, tudo isso vem em função do sedentarismo, da pouca prática de atividade física sistemática ou ainda da falta de incentivos aos exercícios e às noções de autocuidado. A educação da população de uma cidade pouca amiga do exercício físico, pouca amiga da mobilidade ativa, das práticas regulares ou ainda a baixa qualificação da educação física nas escolas, cria um ciclo de sedentarismo e de aversão ao exercício até das próprias famílias que não incentivam seus filhos a participarem de exercícios ou a participar das aulas regulares, torna-se um círculo vicioso.

IPG – Na prática, como devem ser aplicadas essas políticas no Município? Já existem?

RF: No município essas políticas existem de uns tempos para cá. Está se profissionalizando, se qualificando. São políticas que vem desde quando a Secretaria (de Esportes) não existia. Vem de uma transição de uma coordenadoria para secretaria. Elas já existem e são voltadas, por exemplo, no atendimento das necessidades das populações, das reinvindicações das populações. Por exemplo, a rua de lazer na Barão do Rio Branco é uma reinvindicação da população. Projetos esportivos que atendem crianças no contraturno escolar também é uma reinvindicação antiga da população. Esses projetos existem, são feitos por exemplo, no CEI do Caxambu, num ginásio que tem verba federal, que serve exatamente para isso, aulas de educação física para as escolas do entorno e preencher o tempo livre da população.

IPG – O estilo de vida da maioria da população não colabora para que consiga praticar uma atividade esportiva. Então, você tem alguma sugestão de como motivar ou facilitar essa prática?

RF:Se tem uma cidade que não é amiga, que é potencialmente adversária das pessoas para que elas tenham uma boa mobilidade fisicamente ativa, ou seja, andem com segurança, possam usar bicicletas, isso dificulta a prática. Petrópolis está atrasada uns 50 anos na mobilidade, em relação a isso, gravemente. Na cidade prevalece o carro. Tem um carro para cada dois habitantes. Então, essa questão do estilo de vida ativo que chame as pessoas para uma atividade física, um exercício físico, que é algo mais intenso, em um lugar acessível isso tem que ser discutido, porque isso impõe um enorme custo ao erário público no tratamento das doenças. Então, o tratamento das doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão, diabetes, seriam minimizadas se houvesse uma cidade com estilo de vida mais ativo, que congratulasse a quem corre, quem anda, quem pedala, nada, a quem usa o ginásio público como uma forma de exercitar e manter sua saúde com consciência e educação, que tem haver com alimentação, com hábitos saudáveis.

IPG – Na sua prática, poderia dar algum exemplo de indivíduos (crianças e adultos) que passaram por alguma transformação ou benefício após aderirem ao esporte?

RF – Existem centenas de exemplos de populações que se tornaram mais ativas fisicamente. Temos exemplos de cidades, e até de Petrópolis mesmo, no início dos anos 2000 quando passou por um programa de iniciação desportiva promovido pela Prefeitura. Teve um aumento de aderência às práticas esportivas e às aulas esportivas. São exemplos de que as pessoas crescem e se desenvolvem através de políticas públicas regulares de baixo custo e de grande impacto na população. Então, são formas de fazer com que as pessoas tenham melhoria de qualidade de vida a partir do oferecimento que lhes é proposto. E um outro aspecto interessante é a própria rua de lazer que acontece aos domingos e feriados. Essa rua provocou o hábito de caminhar e muitas pessoas aferidas pelos seus médicos e em programas de pesquisas, tiveram redução da pressão arterial e o surgimento de um gosto esportivo, um gosto pela prática, que trouxe mais saúde.

IPG – Gostaria de citar mais algum ponto importante sobre essa política pública em Petrópolis?

RF: As Políticas Públicas de esporte e lazer na cidade estão amadurecendo, porque elas deram às mãos à Educação, que é a origem do esporte e lazer; à cultura, que é uma questão da compreensão de que o movimento é uma razão cultural, o esporte faz parte de uma cultura, e ao turismo, congratulando, por exemplo, os eventos esportivos que mexem um erário considerável de dinheiro, com as pessoas que vêm aqui e que fazem exercício e esporte, que gastam dinheiro, que fazem com que o ciclo do capitalismo que envolve o esporte, de lazer ou de desempenho, seja acrescido de um montante considerável. É muito importante que as políticas públicas sejam colocadas em Petrópolis com um caminho de cuidado com a população. É muito importante nós percebermos que Petrópolis depois da pandemia e de duas tragédias socioambientais seguidas, que ela precisa de cuidados, precisa cuidar da população e uma das ferramentas que cuida da população e combate o estresse e todas as mazelas, do sedentarismo, da depressão, em várias faixas etárias, desde crianças aos adultos, chama-se atividade física ou ESPORTE.

Renato Farjalla em algumas de suas práticas esportivas

Entrevista – Teresinha Almeida

MESA-REDONDA DO IPG REÚNE REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL PARA DEBATER O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EM PETRÓPOLIS

Compreender a situação da economia em Petrópolis e refletir sobre possíveis soluções para que a cidade se desenvolva de forma integrada ao meio ambiente foram alguns dos assuntos que surgiram durante a Mesa-Redonda “Desenvolvimento Econômico em Petrópolis – Desafios, Perspectivas e Soluções”, realizada nesta terça-feira (14/03), no auditório do Sicomércio.

O evento contou com mais de cinquenta participantes de diversos segmentos da sociedade, como empresários, professores, servidores públicos, membros de Organizações da Sociedade Civil, CUFA Petrópolis, BioMob e Firjan. Também estiverem presentes a Vereadora Gilda Beatriz e o assessor parlamentar Rafael Esteves, representando o mandato do Deputado Yuri Moura.

A preocupação com o crescimento econômico sustentável, diante do novo cenário imposto pela pandemia e pelos recentes eventos climáticos em Petrópolis, motivou a retomada do ciclo de mesas-redondas, como o que foi realizado em 2018, quando foram discutidas as vocações econômicas do Município.

Da esquerda para a direita: os facilitadores Cleveland Jones, George Paiva, Marcelo Soares e Silvia Guédon

Silvia Guédon, Presidente de Honra do IPG, fez uma introdução com o histórico de Philippe Guédon e a trajetória do IPG. Em seguida, Cleveland Jones, Presidente do IPG, apresentou algumas das ações do IPG que levaram à construção do PEP20 – Planejamento Estratégico para Petrópolis, e à realização da atual mesa redonda. George Paiva, Diretor de Estratégias do IPG, fez um apelo à participação da sociedade nas ações do Instituto, para tornar os anseios da sociedade, expressos neste exemplo de gestão participativa, em resultados concretos junto à administração pública.

Para facilitar a participação, alguns temas considerados desafios foram apresentados pelo IPG, como por exemplo: integrar economia, sustentabilidade e preservação ambiental; infraestrutura deficiente e defasada de internet, telefonia e logística; transporte público precário e carência de oportunidades de emprego e geração de renda. Também algumas perspectivas foram destacadas, como turismo, associativismo e tecnologia, setores importantes para alavancar o desenvolvimento econômico da cidade. 

Diante da importância de conhecer as ações e prioridades para o desenvolvimento econômico do município, do ponto de vista da administração pública, o IPG convidou Marcelo Soares, Secretário de Desenvolvimento Econômico, para apresentar o trabalho e objetivos de sua pasta. Marcelo Soares mencionou alguns pontos positivos da atual conjuntura do município, como a tendência favorável do crescimento de empregos formais e da arrecadação do município. Também frisou alguns pontos fortes da atratividade para negócios no município, como a disponibilidade de recursos humanos qualificados, a presença de diversas instituições de ensino superior e profissionalizante, a relativa segurança do município, a tradição e diversificação da economia local, e os próprios esforços da Secretaria de Desenvolvimento Econômico para atrair novos negócios.

Após a apresentação do Secretário, diversos questionamentos foram levantados, em relação ao que a administração pública ainda pode fazer para melhorar o ambiente de negócios em Petrópolis. Houve ampla participação dos que estavam presentes, em relatar gargalos e desafios para o desenvolvimento econômico do município, assim como indicações para possíveis sugestões.

Também foi destacada a importância para o município e seu desenvolvimento econômico, do planejamento estratégico de longo prazo em todas as ações e esferas, como preconizado pelos esforços do IPG em promover a criação de um Instituto de Planejamento Estratégico permanente em Petrópolis, um dos objetivos estatutários do IPG, como o que já existe em várias cidades do país.

Outras questões importantes para que se pensem as soluções foram apontadas, entre elas: o trabalho híbrido que se firmou durante  a pandemia e que continuará sendo uma realidade; a infraestrutura precária do transporte público e dos serviços das concessionárias, que impacta todo o setor empresarial, incluindo quem trabalha em casa; a necessidade de minimizar e prever melhor os problemas ambientais agravados pelas mudanças climáticas, ou seja a necessidade de conclusão das obras para evitar enchentes e de efetuar ações para a previsibilidade desses eventos. Algumas soluções de curto prazo também foram citadas, como implementar a tecnologia de rede compactada na fiação elétrica em áreas arborizadas, para evitar podas desnecessárias, e a importância de facilitar o acesso dos empresários a seguros que cubram prejuízos causados por eventos climáticos, como os que aconteceram no ano passado.

Cleveland Jones disse que o IPG “formará subsequentes mesas redondas com temas mais específicos, conforme as discussões que surgiram neste evento, e que todas as contribuições serão feitas de forma propositiva, sem acusações gratuitas”. George Paiva frisou que somente de forma colaborativa o trabalho do IPG e de seus colaboradores será eficaz e terá mais chances de ser implementado com sucesso.

Durante o evento, o IPG também colocou à venda exemplares do último livro (póstumo) de Philippe Guédon – “Um Olhar Cidadão Sobre a Democracia Brasileira,” e disponibilizou sua chave de Pix para receber o apoio financeiro essencial para continuar desenvolvendo ações em prol de um ambiente de mais oportunidades para o desenvolvimento de Petrópolis, e de mais qualidade de vida para todos.

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO É TEMA DE MESA-REDONDA DO IPG

“Desenvolvimento Econômico – Desafios, Perspectivas e Soluções”. Este é o tema da Mesa-Redonda que o IPG – Instituto Philippe Guédon – promove no próximo dia 14 de março, no Auditório do Sicomércio (Rua Irmãos D’Ângelo, 48) às 18h30.

A preocupação com o crescimento econômico, de forma sustentável e o novo cenário imposto pela pandemia e pelos eventos climáticos em Petrópolis, motivou a equipe do IPG a retomar o ciclo de mesas-redondas, que ocorreu pela primeira vez em 2018, quando foram discutidas as vocações econômicas do Município.

O objetivo do evento é abrir o diálogo sobre o tema, para a participação da sociedade, e permitir que os presentes possam se pronunciar com comentários e sugestões. Essa participação será estimulada por quatro facilitadores: Cleveland Jones, economista e Doutor em Geologia; Silvia Guédon, administradora e cerimonialista, George Paiva, empresário e Marcelo Soares, engenheiro.

A mesa-redondaestará aberta à participação de empresários, profissionais, trabalhadores, acadêmicos, estudantes, autoridades e outros interessados em discutir os desafios, perspectivas e soluções para o desenvolvimento econômico de Petrópolis.

Durante o evento, serão apresentados os principais temas relativos ao desenvolvimento econômico, que estão sendo tratados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município. De acordo com Cleveland Jones, Presidente do IPG “como o desenvolvimento econômico é um tema abrangente e transversal, o IPG espera que dessa primeira mesa-redonda surjam outras, focadas em alguns dos seus principais subtemas, como tecnologia, turismo, cervejarias e

outros” e destaca que “as contribuições recebidas durante este ciclo de mesas-redondas vão colaborar para identificar desafios, aproveitar as oportunidades, apontar caminhos mais promissores, para assim implementar as medidas indicadas”.

O ciclo de mesas-redondas de 2023 se junta a outras iniciativas do IPG em andamento, como a coordenação da retomada dos grupos de trabalho focados em alguns dos subtemas do PEP20 – Plano Estratégico para Petrópolis, que tem por objetivo construir um ambiente de mais oportunidades para o desenvolvimento e mais qualidade de vida para os petropolitanos.

Os interessados em participar do evento, que tem entrada franca, devem fazer a inscrição através do e-mail ipgpar@gmail.com. Estudantes podem solicitar certificado de participação de carga horária de duas horas, para crédito acadêmico.

GRUPOS DE TRABALHO DO IPG SE REÚNEM PARA ATUALIZAÇÃO DO PEP 20

Dois grupos de trabalho do IPG (Instituto Philippe Guédon) já iniciaram este ano as atividades para fazer a revisão do PEP 20 (Planejamento Estratégico para Petrópolis nos próximos 20 anos). O primeiro PEP 20 foi entregue aos candidatos a Prefeito, em 2020, e como todo planejamento estratégico não é estático, precisa estar sempre atualizado, o que ficou mais urgente após às mudanças provocadas pela pandemia e pelas tragédias socioambientais ocorridas em Petrópolis. 

O GT 04, de Desenvolvimento Econômico, coordenado por Cleveland Jones, Presidente do IPG, se reuniu, online, no dia 18, e o GT 05, de Meio Ambiente, administrado pelo advogado Ramiro Farjalla, se encontrou na Casa dos Conselhos, dia 28.

O GT 04 definiu alguns pontos que devem ser atualizados no diagnóstico, entre eles, propor iniciativas para retenção de renda no próprio município, a curto prazo; estimular as vocações econômicas de Petrópolis, como turismo; tecnologia; saúde hospitalar; educação Superior; comércio, moda e indústrias, e também atrair novos investimentos a longo prazo.

Já o grupo de meio ambiente fez uma releitura das propostas feitas em 2020 e os membros irão se dedicar primeiro às propostas relacionadas ao manejo dos Resíduos Sólidos em Petrópolis, ações para prevenção de riscos e formas de comunicação ambiental para a sociedade civil.

Os GTs concordam que o PEP 20 deve ser amplamente divulgado e entregue, não só para o Poder Público, mas também para todas as Instituições que representem movimentos da sociedade civil.

Saiba como foi a roda de conversa do ipg na livraria nobel

Conversar sobre assuntos fundamentais para a coletividade podem ser discutidos de forma leve e descontraída. Assim foi a roda de conversa que o IPG (Instituto Philippe Guédon) promoveu na Livraria Nobel neste sábado (21/01). O tema, “Democracia e Cidadania”, foi inspirado no livro póstumo de Philippe Guédon “Um olhar cidadão para a Democracia Brasileira”. Na roda, os participantes puderam não só trocar ideias, mas também conhecer um pouco mais sobre quem foi Philippe Guédon.

A Presidente de Honra, Silvia Guédon, contou várias histórias sobre a atuação de Guédon em Petrópolis, como seu empenho na formação de associações de moradores, cooperativas de reciclagem e a fundação de um partido que depois ele mesmo teve coragem de sair porque o partido havia perdido compromisso com o bem comum.  Silvia lembrou que foi ele quem formou a Frente-Pró Petrópolis após a tragédia do Vale do Cuiabá e que esta Frente que deu origem ao IPG.

O livro acabou inspirando outros assuntos como gestão participativa, formação dos partidos políticos, contestação do sistema, críticas a falta de ação do Poder Público, volta do orçamento participativo, mobilização social, e claro, o Planejamento Estratégico para Petrópolis (PEP 20), elaborado pelo IPG, também foi mencionado.

Quem já havia lido o livro também deixou sua opinião. Ramiro Farjalla, por exemplo, disse que na obra de Guédon “Há um olhar crítico para a situação atual e que ele faz um resgate do conceito de Democracia, do poder do povo para o povo”. 

A Diretoria do IPG considerou o encontro um sucesso e acredita que são eventos assim que fazem com que o cidadão reflita sobre sua participação na sociedade.

Os interessados em conhecer melhor esta obra, já podem adquirir o livro na Livraria Nobel, que fica na Rua 16 de março, 399.

POLÍTICAS PÚBLICAS: INSTITUTO PHILIPPE GUÉDON INICIA PROJETO EM JANEIRO

Ecossistemas de inovações sociais. Este é o tema do projeto que o IPG (Instituto Philippe Guédon) submeteu ao edital da FAPERJ e que faz parte do programa pesquisador na empresa. O projeto foi aprovado e agora está na fase de contratação do pesquisador bolsista. Coordenado pelo petropolitano Gustavo Costa, Doutor em Políticas Públicas, tem como principal objetivo mapear o ecossistema de inovações sociais de Petrópolis, começa em janeiro e vai durar um ano.

Para entender melhor sobre o assunto vamos relembrar o que é ecossistema. O termo é o nome dado a um conjunto de comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si e com o meio ambiente, constituindo um sistema estável, equilibrado e autossuficiente*. Este conceito veio lá da biologia, mas também é usado em sociologia. De acordo com Gustavo, “o conceito de inovação social é bastante elástico, vem da sociologia crítica francesa e consiste em compreender como os diferentes atores sociais (associações, cooperativas, coletivos, movimentos sociais, grupos políticos locais etc.) interagem para produzir soluções inovadoras para problemas públicos e como essas soluções podem virar políticas públicas”. Já os ecossistemas de inovação são ambientes que promovem articulações para o desenvolvimento social e econômico. Gustavo cita como exemplo o Programa Cisternas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), tecnologia social desenvolvida pelas famílias do semiárido brasileiro para armazenar água durante os períodos de seca e que se tornou uma política pública do Governo Federal instituída pela Lei Nº 12.873/2013. *www.oeco.org.br

A metodologia empregada para identificar os problemas públicos e as inovações sociais é diferente das formas convencionais de se fazer políticas públicas. Tradicionalmente, as políticas públicas foram entendidas como um modo de solucionar problemas “de cima para baixo”, isto é, “de um planejamento que parte das altas cúpulas do governo para a sociedade, esta, compreendida como polo passivo de uma intervenção previamente planejada. Segundo Gustavo, em geral, partem de alguma solução pré-concebida para um determinado problema. Com frequência, esta forma “top-down” de planejar não leva em conta a realidade local, as questões sócio-históricas que caracterizam os territórios, e muito dificilmente consideram as interpretações dos atores sociais situados no terreno e que lidam diretamente com os problemas públicos. Estes muitas vezes têm soluções mais simples, mais baratas e mais facilmente implementadas.

Abordagens mais recentes, de vertente crítica e abordagem pós-positivista, invertem esta relação, levam em conta os saberes locais e procuram compreender como os diversos atores em interação lidam com os problemas públicos e produzem soluções. É, portanto, uma forma de planejar as políticas públicas de baixo para cima, isto é, que parte da sociedade para o Estado.

Gustavo destaca que o conhecimento técnico dos especialistas não mais é suficiente para dar conta da complexidade dos problemas públicos atuais. “Os problemas públicos complexos da atualidade não podem mais ser resolvidos por soluções essencialmente técnicas. É necessário uma abordagem tecnopolítica para enfrentar os problemas públicos que enfrentamos hoje, como a questão do clima, por exemplo”. Na abordagem das inovações sociais, “a diversidade de interpretações e o conflito de ideias em relação aos problemas públicos são entendidos como algo natural e são encarados como positivos para o processo das políticas públicas. A inovação social advém das interações nas arenas públicas, considera as diferenças e valoriza os diversos conhecimentos dos atores engajados no enfrentamento e na produção de soluções para os problemas públicos”.

O envolvimento do IPG no projeto não foi por acaso. Gustavo acredita que este projeto pode dar uma contribuição para estimular a participação social na gestão pública. O PEP 20, Planejamento Estratégico para Petrópolis elaborado pelo IPG com representantes da sociedade civil também pode se beneficiar dos resultados do projeto. “O Instituto tem como foco a gestão participativa e esse mapeamento permitirá conhecer a rede de atores e apoiadores das inovações sociais em Petrópolis. Conhecer este ecossistema permitirá que os agentes públicos promovam ações no sentido de dinamizar não só a inovação social, mas também estimulem a participação social no processo das políticas públicas”, enfatiza. Além disso, “Petrópolis já possui um Polo Tecnológico orientado para o desenvolvimento de inovações empresariais e a promoção do desenvolvimento econômico, estimulando a geração de soluções inovadoras para os mercados. Este projeto pode contribuir também com o Serratec, ao abordar de forma mais ampliada a inovação, agregando as dimensões sociais e culturais do desenvolvimento, potencializando também as inovações sociais e soluções para problemas públicos com a participação de atores da sociedade”, acrescenta.

Para o Presidente do IPG, Cleveland Jones, participar de um projeto como esse “é de suma importância para Petrópolis e é também uma forma de dar continuidade ao trabalho de Philippe Guédon, pois a iniciativa realmente facilita a participação da sociedade, estimula a gestão participativa, como sempre sonhou Guédon”.

Conheça o Coordenador do Projeto – Gustavo Costa

Petropolitano, Doutor em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (IE/UFRJ), Diretor da Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas (ANEPECP), membro da International Public Policy Association (IPPA), Professor e Pesquisador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ) no Programa de Graduação em Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social (GPDES/IPPUR) e na Especialização em Gestão Pública (PPGPUR/IPPUR). http://lattes.cnpq.br/0152465744578116 https://ippur.ufrj.br https://anepecp.org.br

ENERGIA SOLAR: FONTE ALTERNATIVA AO ALCANCE DE TODOS

Quando pensamos em fontes alternativas de gerar energia limpa logo vem à mente a energia solar. Essa energia renovável e, portanto, sustentável, tem atraído o interesse de empresas e também de cidadãos que querem colaborar com o meio ambiente, mas também reduzir custos.

Para entender melhor sobre esta questão, o IPG entrevistou dois especialistas que fazem parte do GT de meio ambiente do IPG: Massami Saito e Guilherme Mergener.

Confira!!!

O interesse em estudar as fontes de energia alternativas acabou fazendo com que o engenheiro mecânico Guilherme Menerger se encantasse pela tecnologia envolvida na implementação de energia solar e assim desde 2017 está no mercado instalando painéis em todo o Brasil com a sua empresa Engesol. Já a gestora ambiental Massami Saito sempre esteve ligada à preservação do meio ambiente, atua na área desde 2012 e atualmente é coordenadora de gente e gestão da ONG Revolusolar.

A imediata economia financeira é uma das vantagens da energia solar. Segundo Guilherme é uma questão de custo/benefício.  “Particularmente eu considero um excelente investimento.  É um sistema que se paga em menos de quatro anos e irá gerar uma economia de 90% do valor de consumo por no mínimo 25 anos.  Dependendo do consumo, com a economia você pode trocar de carro ou comprar imóveis”. O engenheiro também destaca que o custo está totalmente atrelado ao consumo, “nas instalações com consumo médio de 500KWh/mês, é de aproximadamente 40 vezes o valor da conta, por isso dizemos que o retorno é de menos de quatro anos de consumo.  Nas instalações menores, o tempo de retorno é um pouco maior, pois a economia deve descontar a tarifa mínima da concessionária, que num sistema trifásico está em R$ 120,00.  Imagine gastar R$ 18.000,00 num equipamento e mão de obra e economizar apenas R$ 150 ou 200,00/mês, você vai precisar de 100 meses para recuperar o investimento”. Guilherme recomenda que neste caso “os consumidores estudem uma melhor forma de economizar ou realizar a obra por uma consciência ambiental, sem se importar com o investimento”.

Como a implementação da energia solar requer um bom investimento parece um sonho distante para comunidades de baixa renda. Mas, este cenário está mudando. A ONG Revolusolar, onde Massami atua, sediada no Morro da Babilônia (Leme/RJ), trabalha com projetos  que levam energia solar à essas comunidades através de um modelo de cooperativa solar. A Ong, que surgiu há sete anos, está aprimorando a metodologia de trabalho, chamada de “Ciclo Solar” para que seja replicável. “Como implantamos usinas de energia solar, creio ser possível replicar a experiência em Petrópolis, mesmo que, aparentemente, tenhamos uma incidência solar menor do que no Rio de Janeiro”, explica Massami. Em relação aos custos destes projetos e ela não pode adiantar “pois cada projeto tem características e dimensões próprias e que precisam de patrocinadores”, mas afirma “que sempre será mais vantajoso e educativo o uso de energia solar, como medida de redução de custo, bem como de transição energética e se o poder público tiver interesse e disponibilidade de recursos, pode ser patrocinador do projeto”, destaca.

O Marco Legal da Geração Distribuída, que foi sancionado em janeiro deste ano, determinou que consumidores produtores de energia solar passem a pagar pela Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).Quem fizer a instalação de energia solar até 6 de janeiro de 2023 será isento de encargos pelos próximos 23 anos. Quem fizer depois desta data, já perderá esta isenção. Será que isso poderá desestimular os consumidores?

Guilherme acredita que “a revogação da isenção da tarifa de uso do cabeamento da concessionária, é justa e não irá interferir de forma significativa os consumidores médios ou grandes, mas pode inviabilizar as instalações de baixo consumo”. Para Massami “A taxação do Sol”, como tem sido chamada, irá aumentar os custos totais e aumentar o prazo do payback (retorno do investimento), além de “afugentar” outros possíveis interessados, sobretudo os mais pobres”.

Esta questão ainda não está definida. Ainda tramita na Câmara Federal o projeto de lei 2703/2022 que tem por objetivo de acrescentar doze meses ao prazo em que pode ser protocolada solicitação de acesso na distribuidora sem que sejam aplicadas novas regras tarifárias menos vantajosas às unidades.

Como incentivar o uso da energia solar?

“Creio que uma maior informação sobre o sistema, principalmente para arquitetos, engenheiros e formadores de opinião.  Vejo muito preconceito e falta de informação para esses profissionais, que são nossos principais clientes”. Guilherme Menerger.

“Projetos de usinas/cooperativas solares podem ser bem interessantes, pois dividem os custos com coletivos de moradores, assim a conta fica mais leve para o consumidor. Pensar soluções como essas é um bom caminho. Condomínios podem propor soluções nessa linha. Comprar as placas de forma coletiva é bem mais interessante do que individualmente” (Massami Saito)

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE ENERGIA SOLAR?

O sistema de energia solar pode ser instalado em qualquer local ensolarado. De acordo com Guilherme, “existe a opção de sistemas híbridos, onde você pode armazenar energia em baterias, para os casos de quedas da energia pública”. Mas, áreas com sombreamento ou construções sem área disponível não são apropriadas.

A geração é feita pela reação da luz incidindo nos átomos de silício, essa reação gera excitação dos elétrons, que são instáveis e começam a migrar de átomos e geram a energia.  Os módulos atuais têm uma maior capacidade de rendimento, com isso a quantidade de luz necessária pode ser um pouco menor, para gerar a mesma quantidade de watts.  Na questão das chuvas o engenheiro explica que “existe um mapeamento da média de horas de sol por dia/mês, em quase todo o território nacional, dependendo do número de horas de sol, podemos calcular a quantidade de módulos solares para a geração de energia necessária para compensar o consumo da residência, comércio, indústria ou propriedade rural”. Portanto, Petrópolis pode ter energia solar, sim.

Sistema residencial com bateria de backup de lítio.
Essa pequena bateria mantém uma resistência de 4
quartos, com iluminação dos cômodos, geladeira,
sistemas de segurança e internet, por até 12h.
Equipe de Guilherme instalando um painel

(Fotos e informações de Guilherme Menerger)

Entrevista e edição: Teresinha Almeida